Parque Municipal Fonte do Itajurú
Desde a consolidação da restinga de Cabo Frio, há mais ou menos 3.000 anos atrás, a água corrente, potável e cor de cobre da Fonte do Itajuru foi a única forma segura de saciar a sede dos bandos nômades (coletores, caçadores e pescadores) que, periodicamente, retornavam a procura de bancos de moluscos, conforme demonstravam numerosos sambaquis estudados no seu entorno.
Os índios Tupinambá, habitantes das aldeias na margem continental da Lagoa de Araruama, entre o início da era cristã e 1575 também, provavelmente, utilizavam-se da água do Itajuru durante suas frequentes excursões a restinga de Cabo Frio.
A nascente de origem subterrânea localizava-se junto as pedras sagradas que esses índios veneravam no Morro da Guia (antigo Itajuru) e próximo ao acampamento de pesca da Duna Boavista, na atual Praia do Forte, conforme atestam investigações arqueológicas recentes.
Afinal , sem a água do Itajuru não seria possível a conquista de Cabo Frio ( 1503—1615) e nem o desenvolvimento demográfico da Cidade, embora, no final do período colonial, o abastecimento do precioso liquido fosse complementado pela abertura de vários poços que , mais tarde, tornaram-se focos de epidemia.
Em 1847, durante a visita imperial a Cabo Frio, D. Pedro ofereceu uma contribuição em dinheiro a Câmara Municipal para cobrir e dar outras melhorias a Fonte. Na bela obra, ainda hoje se vê estampado o brasão imperial em alto relevo.
Desde a fundação da Cidade até a Abolição, a Fonte do Itajuru foi um ponto de aglomeração de escravos domésticos, que buscavam agua potável para distribuir as casas e edifícios públicos de Cabo Frio.
A reforma patrocinada pela Câmara na Fonte do Itajuru no início do Século XX, instalou um cata-vento para bombeamento da água até o reservatório construído na encosta do Morro da Guia que, por gravidade, fazia seguir a agua pela rede distribuidora implantada até cinco bicas no centro e uma na Passagem. Mais tarde, o cata-vento foi substituído por uma bomba elétrica que se abrigava num prédio.
Na década de 50, o abastecimento d' agua do Itajuru a população da Cidade de Cabo Frio foi substituído por um sistema de captação externo, tratamento sanitário e rede de distribuição domiciliar, sob a responsabilidade de empresa especializada do Estado do Rio de Janeiro. Desde então, a Fonte do Itajuru permaneceu abandonada e seu entorno foi privatizado.